Docinhos: Função CEO - A Descoberta da Verdade (parte 16)

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"- Tudo bem. Você não faz mais parte da minha vida, não é? Eu só falei para que entendesse que não estou tentando fazê-la voltar para mim. Não hoje – sorri para lhe passar confiança. Ela ficou em silêncio por tanto tempo que comecei a me convencer de que nada mais sairia dali. 
- É assim que você me vê? – encarei a mulher que eu tanto amava, inseguro sobre como deveria me posicionar. – Eu não faço mais parte da sua vida?
Por que ela expressava aquela tristeza? Por que parecia tão magoada com aquela informação? Eu não entendia Melissa. 
- Não foi isso o que eu quis dizer, Mel. Você sempre fará parte da minha vida. Eu te amo! Sempre vou te amar. Foi você quem foi embora.
- Para te proteger.
- Eu posso me proteger – rebati me negando a aceitar que ela estava certa. 
- Você concordou que eu fosse.
- Eu não tive escolha. Tanya não te deixaria viva, mas não imaginei… Droga, Melissa! Por que estamos tendo esta conversa agora?
- Não sei. 
- Merda! Eu concordei que você fosse porque imaginei que estaria em segurança até que eu conseguisse neutralizar Tanya. Não foi isso o que combinamos?
- Robert…
- Merda! Foi isso ou não foi? – ela estremeceu e mesmo com a pouca claridade eu pude perceber seus olhos marejarem. – Responda!
- Foi. Foi isso o que combinamos. 
- Você foi embora me vendo destruído com o nosso afastamento, aliás, o que eu vi naquela mulher que chorava me dizendo que precisava ir, era o mesmo sofrimento que o meu. O mesmo desespero. Mas nunca, Melissa, nunca mesmo, imaginei que você voltaria desta forma.
- Desta forma?
- Roubando tudo o que eu tinha. Casada com aquele… Aquele filho da puta, engomadinho de merda!
- O Dean é um engomadinho? Olha só os ternos que você usa? E o seu carro? Sem contar o gel de cabelo e… Dean não é um engomadinho, tá legal?
- Meu carro? Você está falando do meu carro? Eu trabalhei para ter o meu carro, agora o que seu marido desfila pela cidade é fruto do dinheiro que você tirou de mim. Muito digno ser sustentado pela esposa que não passa de uma ladra.
- O que? – a manta escorregou pelos seus ombros. Foi impossível não perceber sua pele branca exposta pela abertura do roupão. Mas Melissa estava furiosa. Tenho que admitir que eu também. – Você me deu aquele dinheiro. 
- Não para sustentar outro homem – rebati deixando claro o meu péssimo estado de espírito.
- Eu não estou sustentando o Dean. Eu… Esquece. Não dá para conversar civilizadamente. Como sempre, você estraga tudo.
- Eu estrago tudo? Tudo o que?
- Tudo! – ela gritou abrindo os braços. – Você consegue estragar cada segundo das nossas vidas.
- Então foi por isso que resolveu me roubar? É uma vingança por eu estragar cada segundo da sua vida? – Melissa fechou os olhos e mordeu os lábios. Imaginei que ela choraria naquele momento. Mas ela não o fez.
- Isso tudo é por causa das suas ações – disse com calma. – Você está tentando me reconquistar, me fazer sua amante outra vez, apenas porque quer recuperar as suas ações. Não é por não me ter mais, nem por eu estar casada, é tudo por causa destas malditas ações. 
- Não fale besteira, Melissa. Nos já conversamos sobre isso antes. Fique com as ações. 
- Então qual é o seu problema? – ela gritou mais uma vez.
- Você é o meu problema – elevei a voz para fazê-la calar. – Quando será que vai entrar nesta cabeça dura que eu te amo? Nunca, em toda a minha miserável vida, eu desejei tanto ter uma segunda oportunidade. Qualquer segundo que fosse que me ajudasse a consertar meus erros com você. Que me fizesse enxergar que meu egoísmo te atiraria nos braços de outro homem. Que por você valeria a pena perder tudo. Voltar ao zero e recomeçar. Eu deveria ter deixado Tanya ficar com as ações. Deveria ter desistido deste jogo, antes que você fosse embora. Eu nunca deveria ter deixado você ir, Melissa. 
- Mas você deixou – algumas lágrimas escorreram de seus olhos e ela fungou. 
- É, eu deixei.
- Pois é, você deixou – seu queixo se projetou em desafio, no entanto eu não pensava em mais nada. – Você me deixou partir – avancei sobre ela e segurei seu rosto com as duas mãos.
- Cale a boca, Melissa – sussurrei segundos antes de beijá-la."


"Ele me beijou. Robert Carter, em meio a tempestade de neve que caía perigosamente do lado de fora, em meio a confusão e problema que havia sido aquela troca de plantas, em meio ao dia incrivelmente doloroso que sempre era o domingo, ele me beijou, e o meu mundo perdeu o eixo."


" O vento do lado de fora castigava a casa e estava realmente gelando cada vez mais. Voltei para a sala e a encontrei enrolada na manta, de frente para o fogo, os pés encolhidos. Peguei a garrafa de vinho e servi a taça entregando-a. Melissa tomou um gole generoso, mas fez uma careta e deixou a bebida de lado.
- Não gostou? – ela recuou um pouco quando sentei ao seu lado.
- Não é isso – me encarou mordendo os lábios. – É que… Deixa pra lá. 
- Pelo visto vamos passar a noite aqui – encarei as chamas para não revelar meu sorriso de satisfação. – Ou será que Dean aparecerá para te resgatar – mais uma careta. 
- Não consegui falar com Dean. Também… - balançou a cabeça se negando a continuar. Eu ri. Não consegui me conter. – O que foi? – Com o mesmo movimento de cabeça, me neguei a falar. Ela virou o rosto me ignorando. – Não tem outra manta? 
- Tem sim. Eu posso…
- Não! – ela me impediu de levantar, segurando a minha mão. – Não – largou rapidamente quando se deu conta de que o mínimo toque era capaz de acabar com nós dois. Ficamos nos olhando por um longo tempo, até que ela desviou o olhar de volta para as chamas. – Você já sabia que seria assim, não é? 
- Que seria assim como?
- Que a neve cairia e nos impediria de voltar; Foi por isso que me acusou, que armou toda esta confusão para me trazer aqui o mais rápido possível – puxei o ar e passei a mão pelos meus cabelos.
- Estamos no meio de um caos, Melissa, então, não. Eu não planejei isso tudo. Ou seja, o mundo não gira ao seu redor – ela abriu a boca, um tanto surpresa pela minha grosseria, mas preferiu ignorar outra vez. Ficamos em silêncio. Eu estava coberto de mágoas, tristezas, preocupações, angústias e ressentimentos. Não era fácil manter a calma. Mas era necessário.
- Desculpe!
- Não se desculpe – revidou no mesmo tom que eu utilizava para repreende-la. Tive que sorrir."

1 comentários:

kamisai disse...

Tatiana decidi q so vou ler o segundo depois q o terceiro sair ou meu coracao nao vai aguentar... por isso por favor me avise qndo isso acontecer por favorrrrrrr.....

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