Docinhos: Função CEO - A Descoberta da Verdade (parte 20)

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"- Merda! – falei pela milésima vez desde que Dean tinha atingido Robert com a sua pistola de choque. Minha vontade era de esmurrá-lo. 
- Não seja dramática, Melissa – Dean arrastava Robert pelo corredor que interligava os apartamentos. Carol o ajudava, visivelmente irritada.
- Você é um idiota, Dean. Não era necessário – eu os seguia atenta a Robert e as suas possíveis reações. 
- Não era necessário?
- Você é um idiota – Carol resmungou. Ela não havia gostado da reação ciumenta do namorado. – Isso foi infantil.
- Ele estava te agarrando.
- A ideia era essa – ela evitava entrar em um conflito maior com o namorado, mas o fato de Dean ter deixado a emoção dominar suas ações e atingir Robert com um choque só para fazê-lo se afastar dela, depois de ter aceitado toda a ação, era absurdo demais. – Você não pode estragar tudo.
- Eu não estraguei. Ele está aqui, não está? Só apaguei o cara. Vai ser muito mais fácil quando ele acordar e o álcool não dominar tanto a sua mente. 
- Vá a merda, Dean! – provoquei. – E da próxima vez que você apontar uma arma para o meu namorado eu vou atirar em você, entendeu? – ele riu e balançou a cabeça.
Arrastamos Robert pelos apartamentos. Carol morava no ponto mais distante do meu, justamente para evitar que Tanya fizesse qualquer associação. Em determinado ponto Bruno compareceu para ajudar, ficando mais fácil remover meu namorado. Logo ele estava deitado em minha cama. Retirei seus sapatos molhados, e com a ajuda de Bruno, conseguimos livrá-lo das roupas que estavam de igual forma. Robert com certeza não gostaria nada de saber que fazíamos aquilo, mas era necessário, ou ele pegaria um resfriado. 
Cobri seu corpo com uma manta grossa e quente. Todos me observavam. Eu sabia que se Robert estivesse em seu perfeito estado já estaria acordando, mas como havia andado o dia inteiro sem destino certo, sem se alimentar e ainda por cima, estava bêbado, o efeito do choque seria mais prolongado. 
- Vamos deixá-los a sós – Dean falou já puxando Carol para fora do quarto. Fiquei inquieta.
- Como assim? Vocês vão sair e me deixar aqui sozinha com ele? – Bruno deu seu tradicional sorriso indecente e idiota ao mesmo tempo.
- Não queremos assistir ao espetáculo. Preciso fazer o meu próprio.
- Cala a boca, Bruno! Isso é sério. Não sabemos como ele pode reagir.
Eu estava mesmo temerosa. Gostava de repetir para mim mesma que Robert nunca seria capaz de me fazer algum mal, contudo, devido as circunstâncias, era complicado prever qualquer coisa. E se ele não aceitasse as minhas justificativas? E se não acreditasse em tudo o que eu acabei descobrindo? E se depois de estar com Carol descobrisse que não me amava mais? Merda! Merda! Merda! Eu não poda enfrentar aquilo tudo sozinha. 
- Se quiser eu posso ficar para dar uma forcinha – Dean colocou a mão na pistola de choque, indicando a forma como ele me ajudaria. Quase pulei em seu pescoço e arranquei sua cabeça fora.
- Fora daqui, Dean. Eu me viro sozinha. E a minha ameaça ainda está de pé – ele ria, mas Carol me olhou de cara fechada. Melhor. Eu não gostava dela mesmo. 
- Tem certeza? – olhou para mim e desta vez pareceu verdadeiro. - Sério, Mel. Eu posso ficar se você quiser – pronto. Era o que faltava para Carol me odiar ainda mais.
- Melissa precisa de privacidade, Dean. Ela e Robert vão ajustar os pontos. Não é necessário um ex-namorado no meio para apaziguar as coisas – ela mantinha a mão firme em seu braço, uma atitude de posse. 
- Tudo bem! Tudo bem! Eu consigo fazer isso – olhei para Robert que continuava apagado, alheio a tudo o que acontecia no mundo real. 
- Tem certeza?
- Dean! – Carol resmungou e seu namorado fez uma careta de desagrado. Bruno riu e caminhou em direção a porta.
- Vejo vocês em dois dias – sorriu e piscou para mim.
- Dois dias? Não combinamos que manhã reuniríamos a sua família para contra a verdade? – seu sorriso ficou ainda mais largo.
- Tem razão. Esqueci que você e o Robert não podem ser levados a sério. Mesmo depois de três meses. Não será brutal, se é que você me entende – estreitou os olhos me encarando.
- Ok, Bruno! Faz um favor? – ele inclinou um pouco a cabeça, curioso com a minha falta de aborrecimento pelas suas palavras. – Vá à merda!"

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